quarta-feira, 13 de maio de 2009

Caminhando por aí

A melhor maneira de conhecer Paris é caminhando. Outro dia, sem perceber, eu tinha caminhado 6 horas... de repente meus pés e minhas pernas começaram a doer, olhei no relógio e já havia se passado muito tempo desde a hora que eu tinha saído de casa.
O mais importante na vida do caminhante é calçar um sapato confortável, uma roupa adequada ao clima do momento (sim, porque aqui tem dias de frio intenso intercalados com dias de verão) e se jogar! O quesito "sapato confotável" é o meu ponto mais problemático. Meus pés são bem magros e reclamam assim que um sapato não-confortabilíssimo encosta neles, na forma de bolhas, calos e machucados que sangram sem parar, me deixando até envergonhada e com medo de deixar rastros pela rua... então, só uso sapato baixo - salto só qdo o transporte é carro. E como eu doei muitas das minhas coisas, trazendo para cá só o estritamente necessário, tive que comprar uns pares aqui pra mim... primeiro obstáculo foi descobrir o meu tamanho em francês... aiai, 35 aí no Braza, 36 ou 37 aqui na França. Tudo bem, mas o primeiro par que comprei foram botas de nro 38 - porque eu estava usando meia grossa no momento da aquisição - que é claro, cederam ou "deram-de-si", como diria minha amiga Nadja, então a tansa aqui só poderá usá-las novamente com todos os seus pares de meias juntos (acho que alguém vai ganhar essas botas...). Depois, inventei de comprar uns sapatos baixos de lona, bem baratinhos, 10 euros cada, na H&M... meideidocééééu, um par deles assassinou meus calcanhares!!! Esse foi exatamente o que fez um estrago sangrento que me deixou usando band-aid por dias e dias...
Depois disso, comprei um par decente e do meu tamanho de modo que agora eu caminho tranquila. Mami também me mandou um par de tênis que parece que tô pisando nas nuvens, uso-o pacas, mas nem sempre ele combina com tudo (não posso parecer desleixada em Paris, né?!)....

Bom, toda essa história para contar do dia em que caminhei 6 horas... com o sapato do bem, é claro! Resolvi visitar o Jardim des Plantes, que fica no 5o. arrondisement. Este jardim teve início quando os médicos de Luís XIII, Jean Hérouard e Guy de la Brosse, receberam autorização para instalar no local um jardim de ervas medicinais e uma escola de botânica. A partir de 1640, o jardim foi aberto ao público, que pode até hoje apreciar o belo lugar, cheio de árvores, flores e verde por todos os lados. A Escola de Botânica ainda funciona, há também estufa, um zoológico e o Museu de História Natural. Caminhar por lá é uma delícia, ainda mais agora na primavera e especialmente no dia que eu fui, que estava lindo e quente!
Abaixo, algumas das inúmeras fotos que eu tirei de flores. Ok, posto só algumas, já sei que me passo com flores...

Escola de Botânica e os jardins.

Ah, antes de visitar o Jardim, visitei ali pertinho as "Arènes de Lutèce", que são ruínas de uma arena romana, de meados do século 2. Lutécia era o nome dado a Paris, pelos romanos. Ao longo do tempo, a arena foi sendo destruída e soterrada. Sua redescoberta deu-se em 1869, qdo estavam construindo a Rue Monge e organizando a região em lotes. Levou bastante tempo até que ela começasse a ser restaurada, só a partir de 1918. Espetáculos teatrais e lutas de gladiadores eram os eventos promovidos na arena nas antigas, mas hoje as pessoas vão lá pra jogar bola, ler, conversar, dar um tempo, descansar, namorar, etc. Em frente à entrada, há uma loja de discos, de estilo bem antigo e no dia da minha visita, tocava uma música do Tom Jobim... Achei legal!

Galera se divertindo na paz... bem diferente da época das matanças que já rolaram por ali.

Saindo do Jardim, segui em direção ao Institut du Monde Arabe, que fica nas imediações. Da perfeição da natureza para a perfeição das invenções do homem. O lado sul do prédio é todo feito em vidro e também composto por 1.600 placas metálicas de alta tecnologia que filtram a entrada de luz no mesmo. O desenho das placas é baseado nas grades de madeira entalhada que ficam do lado de fora das construções do Marrocos, conhecidas como moucharabiyahs (as grades). Seguem as fotos:

Cada placa tem 21 orifícios que são controlados eletronicamente e, conforme a quantidade de luz que recai sobre as telas fotossensíveis, abrem e fecham filtrando a luz.
O instituto foi fundado na décado de 80 para promover os laços culturais entre o mundo islâmico e o ocidente. Há muitas outras coisas dentro e fora do prédio, como uma exposição de obras de arte islâmica, um pátio interno, biblioteca e etc... Infelizmente eu estava bem cansada e já era meio tarde qdo cheguei lá, de modo que só fui na livraria que fica no andar térreo para dar uma bispada nas publicações - interessante e diferente ver os livros que começam do lado "contrário", no que seria a última página de um livro para nós.

Ainda há muita coisa para se ver na região do Jardim des Plantes, com certeza voltarei lá para ver mais um pouco do Institut du Monde Arabe, a Rue Mouffetard - rua do mercado ao ar livre e construções interessantes, a Mosquée de Paris (mesquita) e etc.

Com sapatos confortáveis nos pés, vou caminhando...
Bisous e a bientôt!

7 comentários:

Vicky MundoAfora disse...

Miriam, meu pe é como o seu e eu tenho o mesmo problema porque adoro caminhar. O que eu faco de vez em quando é levar um outro par na bolsa e trocar no meio do caminho. É um saco, mas se eu sei que devo andar muito, nao tenho outra escolha.

Miriam disse...

Boa idéia, Vitória! Existem aquelas sapatilhas que se dobram, são bem molinhas, né... Tô pensando que elas podem servir pra isso! valeu pela dica! Bjs

Vicky MundoAfora disse...

Quarta-feira vou levar o maridao a Paris, para conhecer "de vista" porque voltamos na quinta. Se estiver de bobeira, talvez a gente possa tomar um cafe? Só vou fazer programa turistao porque é a primeira vez dele na Franca. Vou comecar na Notre-Dame e seguir pelo Seine até a Torre Eiffel, subir até o Arco do Triunfo... Nao sei nem o que vou conseguir fazer em um dia pq ele pára para tirar fotos a cada metro. Em dois dias em Veneza tirou 1200 fotos!!!

Miriam disse...

Puxa Vitória, que pena, só vi teu cometário agora às 20h de hoje (quarta-feira)... se tivesse visto antes, com certeza teria ido encontrar vcs p/ um café! Mas se vieres outra vez e ficares mais tempo será melhor, assim teu marido tira as fotos dele com calma e podemos combinar alguma coisa com mais antecedência!
Espero que tenham aproveitado bem o dia, estava lindo hoje, né?
Beijos!

Norma disse...

Oi querida, "teus problemas acabaram..." te mandei, pelas tias, um sapatenis Tabajara, que é uma deli!Acho q vás adorar.É mara!Feito p caminhar e com um agravante: é lindo!Adorei teu passeio, não sentiste uma sensação diferente qdo entraste no "arabian place"?É teu sangue árabe q chamou!Do Vovô Antun Cheraim (Antonio Cherem aqui)q veio do Balbec no Líbano.Vas me levar lá, tá? Muuuiiita saudade!!! Momi.

Miriam disse...

Ebaaaaa!!! Vou adorar!
Claro que vamos no Institut arab qdo vcs vierem! O lugar é bem grande, é bom ir com mais tempo, mas vale a pena. Vamos nesse e em mais muitos outros lugares lindos que tem aqui!
Bjca.

Unknown disse...

Ei Miriam, achei seu blog pesqusando 'lavanda'.
Seguinte, vamos eu e minha filha Manoela pra Paris depois de amanhã -Oba Oba!! e eu queria aproveitaro agradável ao útil e trazer sementes de lavanda pra plantar em nosso síti e pros vizinhos também. Nas suas andanças vc viu sementes para vender?
Se der tempo de responder, será otimo! Ficaremos apenas cinco dias...
visite nosso site www.amanhagua.org pra conhecer o trabalho sócio-ambiental que desenvolvemos no sul de Minas.
Grata pela atenção, abração, Mônica Buono