domingo, 10 de novembro de 2013

De volta ao meu jardim virtual

Oi meu querido blog! Meu lindo jardim, de perfumadas lavandas, minhas prediletas! Quanto tempo e quanta saudade! Quanta mudança... vou tentar aos poucos ir limpando este jardim, tentar ir tirando as ervas daninhas e do mato que tomaram conta daqui e ver se minhas lavandas continuam bem.

Três anos depois da ùltima postagem, volto a escrever. Reli as que estavam nos rascunhos e as publiquei. Por pura saudade. Sò me lembrando de como minha vida era boa e do tamanho do meu sonho... por que serà que acordei?

De Paris fui pra Londres, até agora não entendi bem o que aconteceu na época: Jean-Michel infeliz no trabalho, decidiu ir tentar a vida em Londres. Achava que là eu tbém poderia trabalhar. Que ele poderia ganhar melhor. Eu, com uma filha pra criar, aceitei descontente, mas esperançosa que as coisas melhorariam para ele... chegando em Londres em março de 2011, o caldo começou a engrossar. Três meses morando de favor na casa de amigos, em junho daquele ano, finalmente nos mudamos para nosso apê alugado, na feia parte londrina chamada Elephant & Castle. Melhor do que alugar os outros, mas longe do que eu gostaria. Começei então a trabalhar, a deixar a Sofia com babà, eu e o JM nos distanciamos, distanciamos, distanciamos.... tanto, que nos perdemos. Cansada de ficar sempre sozinha, longe da familia e com poucos amigos (os que nos hospedaram acabaram ficando longe de nòs), me rendi. Decidi voltar para o Brasil, precisava de ajuda, de colo e de carinho.

Foi uma volta difìcil, uma decisão dolorosa.... tudo que eu tinha sonhado pra mim estava desabando ali mesmo: a vida de casada, o sonho de aprender francês e patisserie e de morar em Paris (ainda tinha esperanças de uma volta), criar minha filha com pai e mãe juntos... puff, desapareceu.

Se eu pudesse voltar no tempo, teria tentado consertar as coisas antes de Londres. Não teria ido morar em Londres. Teria tentado convencê-lo a ficar na França, teria incentivado-o mais, teria ido à terapia de casal, sei là, teria tentado "harder". Se adiantaria? Não sei, não tentei.

Enfim, foi o destino, foi o que fizemos ou deixamos de fazer que resultou no que resultou.

Hoje estou aqui, de volta ao Brasil (desde janeiro de 2012), criando minha filha longe do pai, com ajuda da minha familia, é claro, mas também sozinha. Trabalhei na minha àrea por um ano, não deu mto certo. Agora estudo pra fazer concurso publico, com chance de ter melhor salàrio do que na iniciativa privada, se eu passar, claro.

Estar na casa dos pais é bom, tem suas vantagens, mas sinto falta do meu canto, do meu jeito, das minhas coisas, da minha casa... onde é? Não sei. Voltar ao que era, não dà mais. As coisas se quebram e não são mais as mesmas, mas as pessoas continuam as mesmas, mesmos defeitos, mesmas manias, mesmo tudo. Sò muda quem quer. Voltar ao que era antes, não... não serà igual.

Quem sabe o tempo vai curar, vai me direcionar, vai me fazer entender que a vida é assim, às vezes desanda, às vezes dà errado, às vezes magoa e deixa feridas.

Meu Jardim de lavandas, vou cuidar melhor desse canto. Escrevendo eu organizo melhor minhas ideias, reflito, penso, penso, penso... Depois eu mudo là o que estava escrito "sobre mim", no inicio do blog. Vou resolvendo isso aos poucos, pois gostava demais daquele começo.


Nosso hotel, na Gare du Lyon / Cafe da manha (dentro do saco rosa, um melao comprado na feira)


OBS: Minha chegada em Paris, março de 2009, para uma aventura que mudaria minha vida para sempre!

Publico pela recordação.

Post escrito em 12/03/2009.







Os criticos x os apaticos

A Gripe A chegou aqui na França. Ja tinha estado antes, por conta de alguns turistas e viajantes que estiveram nos lugares primeiramente infectados, mas como na época o verão estava chegando, ela não chegou a ficar assim, de mala e cuia. So que agora o inverno ta chegando, e a maldita veio de vez.
Eh engraçado ver como as coisas se desenrolam nos lugares. Como as reações das pessoas são diferentes, o modo de pensar, agir, levar as coisas... Quando essa gripe estourou no Brasil, foi um aue, acompanhei pela internet, pela tv brasileira (record), pelos relatos da familia, amigos... foi um caos, não foi? Era um povão nos hospitais, pessoas morrendo, todos correndo perigo. E a vacina que não tinha sido "inventada" ainda.
Bom, ai a gripe chega aqui na França, junto com a vacina, que em poucos meses foi desenvolvida e por isso chegou causando o maior aue também.
Mas nem de longe os "aues" são da mesma categoria: no Brasil foi a gritaria pelo socorro, pelo descaso, pelo despreparo, pelo susto, pela ignorancia e patetice geral. Aqui, foi pelo fato de que, franceses são muito criticos e exigem uma explicação melhor sobre tudo, principalmente sobre o que se tenta enfiar por suas goelas abaixo. Não, eles não deixam. Reclamam mesmo e tudo foi questionado: a vacina é segura? foi devidamente testada? havera consequencias futuras para a saude? por que o governo comprou tantas doses (me parece que a principio se pensava que seriam 2 doses por pessoa)? e se o governo pensou que seriam 2 doses por pessoa, no principio não haveria doses pra todos (do tipo: não sei se vou tomar, mas se eu quiser, vai ter vacina pra mim?) por que? por que? por que? Os franceses não devem nunca ter saido da fase do "por que", aquela que as crianças de certa idade tem... e apesar de terem ficado com fama de chatonildos, no fundo estão mais certos que os brasileiros, que pouco questionam e neste caso da vacina, se ela chegasse no tempo do estouro da epidemia no Brasil, todos iriam correndo tomar, principalmente se alguém dissesse na TV que era 100% segura (mesmo que no chute) e se mencionassem que seria de "graça" também.
Agora os animos estão mais calmos por aqui, depois de varias explicações terem sido dadas pelo governo, médicos e pesquisadores, muitos debates foram abertos na televisão e o povo começou a tomar uma decisão. Ainda hà muitas dùvidas, é dificil tomar uma posição, mas percebi nisso tudo que hà uma grande diferença entre franceses e brasileiros: os primeiros são mais criticos e os segundos, mais apaticos. Isso falando no geral, pq é lògico que tem brasileiro questionador e francês tanso também. Eu digo isso pelo que vejo, pela minha percepção das coisas e pelo que converso com as pessoas - brasileiros principalmente - que estão aqui ha mais tempo e compartilham da minha opinião.

PS: Eu ja recebi meu "bon de vaccinacion", mas a principio não quero tomar, prefiro ainda esperar e conversar com a medica que vem acompanhando minha gravidez dar a opinião dela em nossa proxima consulta, mas estou mais inclinada a não me vacinar mesmo.

OBS: Post escrito em 2009. O assunto jà é ultrapassado, mas... fiquei com vontade de publicar mesmo assim, de recordar aquele tempo.

Escolhas

Oi! Faz um tempinho que não escrevo, mas hoje gostaria de falar sobre umas coisas que estão acontecendo.
Eu e meu marido estamos morando aqui no Brasil desde 2006, quando voltamos de Londres, eu após uma temporada de 3 anos e ele, para começar uma vida nova aqui, depois de 13 anos na Europa.
Nestes 2 anos que cá estamos, a adaptação não tem sido fácil. Para mim, tudo bem, sei como é viver no Brasil, com todas as dificuldades - principalmente financeiras - mas adoro morar aqui, acho mais ensolarado, mais perto da família, mais feliz. Aqui me sinto em casa, mesmo. E isso não tem preço. Mas acontece que não estou mais sozinha - sorte minha, adoro estar casada - e preciso pensar nele também. Como é difícil para um estrangeiro começar a vida por aqui. Especialmente em Floripa, minha cidade, tão linda e ao mesmo tempo tão danada. Acho que o que dizem por aí, que esta é a cidade das bruxas, pode ser verdade mesmo. Ô terrinha! Mas reconheço que talvez tenha idealizado um pouco, talvez tenha criado espectativas demais para este primeiro momento, achado que planejando, tudo teria muita chance de dar certo. Planejar é sempre bom, claro, mas e o plano B? Esqueci que se as coisas não corressem exatamente como pensei, teria que ter este escape traçado. O fato é que na vida nem sempre é fácil prever todas as possibilidades. E acho também que se adaptar é alguma coisa inerente ao ser humano, assim como pensar e mudar de idéia... então se não tínhamos como alcançar a saída principal, não faz mal, a gente sempre acha um jeito, uma segunda porta, claro. Não há nada que não se ajeite, nada sem solução - as coisas mudam.
Desse modo, achamos que deveríamos voltar para a Europa por mais um tempo. Meu marido fará um curso na área dele, para se aperfeiçoar, trabalhar ganhando mais e eu vou junto. Vamos para a França, se tudo correr bem e vou aproveitar para aprender francês. Sinto em deixar minha vida aqui, minha família, o apartamento que montamos, minhas coisas novinhas, mas faz parte. Falei no post anterior sobre o peso de ter muitas coisas, mas me referia ao que fosse demais, além, desnecessário. As coisas que juntamos ao longo da vida são importantes, sim. Nossa casa, as coisas que fazem nossa vida melhor, mais fácil, mais aconchegante. Senão também viveríamos uma vida demasiadamente descartável, onde tudo pode ser trocado, jogado fora, subtituído. Não é bem assim... Mas, enfim, não posso levar minha geladeira nova, meu fogão nem a máquina de lavar, tudo novo. Vou pensar no que será melhor fazer.
Também tenho meu trabalho, na empresa da família, que não será fácil deixar por vários motivos: primeiro, porque é minha também, apesar de ter muitas responsabilidades, tenho também algumas regalias. Depois porque é pequena, não é fácil apenas colocar outra pessoa em meu lugar, não porque eu seja insubstituível, mas porque acarreta em vários outros pontos complicadinhos... Não será fácil!
E há o fato de que eu gosto de mudar. Hoje em dia estou bem mais calma, mas há algum tempo atrás eu era muito inquieta. A gente vai amadurecendo. Ficar, esperar, rotina, ter paciência, isso tudo faz parte do processo de construir alguma coisa, acredito. Enquanto sou jovem, tudo bem, vou e volto, recomeço, mas e depois? Tem o lado prático da vida que não se pode deixar de lado, temos que morar, comer, ir ao médico, nos vestir, etc... e para tudo isso precisamos de dinheiro, né? Não quero trabalhar aos 70 anos, coisa comum pra muita gente. Então tenho que pensar lá na frente também.
Ainda temos tempo, a hora é agora, então vamos tentar! A decisão foi tomada, a idéia está sendo digerida dia a dia, as consequências, bem, temos tentado prevê-las. Estou feliz e triste ao mesmo tempo, mas certa de que a vida é isso mesmo, feita de escolhas. Até!

OBS: Post originalmente escrito em 13/06/2008, antes da mudança para a França, lugar onde fui muito feliz!

Salada de frutas em tom pastel

Outro dia resolvi fazer uma salada de frutas. Sei que isso nem é assunto pra post, coisa mais sem graça de se falar, mas preciso dividir com vcs...
Eu tinha comprado umas laranjas, umas maçãs vermelho-rosa pink, que pareciam deliciosas, uma manga rosa-amarelada e um melão do tipo orange. Tudo muito lindo por fora!
Comecei picando o melão, depois a laranja, então descasquei a manga.... susto! Alguém aí já viu uma manga branca por dentro? Pois é, minha gente, isso existe! Achei que estava estragada, mas provei um pedaço e com algum custo senti um gosto de manga. Sim, estava ok. O gosto estava proporcional à cor. Lembrei até de uma gelatina de morango transparente que comi uma vez quando eu era pequena. Fiquei tão frustrada que cheguei a mandar uma carta pro fabricante para saber como eles tinham fabricado uma coisa daquelas, de morango e sem cor! Foi a mesma sensação com a manga pálida.
Em seguida, parti para a maçã... bom, vejam as fotos da minha salada de frutas em tom pastel:

Olha a manga branca aí, gente!




Maçãs de frente... e verso, o que foi que houve com elas??? Não estavam podres não, apenas meio, sei la, abatidas?


Salada de frutas em tom pastel. O colorido é reflexo do meu jogo americano, este sim, super tropical!


Saudade de uma salada de frutas de verdade...

Bisous e a bientôt!

OBS: Este post foi escrito em 2009/2010, não sei ao certo, mas eu ainda morava na França. Não publiquei não sei porque, na época... Mas publico agora, cheia de saudades daquele tempo...